Autor: Pinheiro

  • Habeas Corpus em Portugal: O Que É e Como Funciona?

    Habeas Corpus em Portugal: O Que É e Como Funciona?

    O habeas corpus em Portugal protege a liberdade individual contra detenções ou prisões ilegais. O Código de Processo Penal, nos artigos 220.º a 222.º, regulamenta este mecanismo jurídico. Esse procedimento garante que nenhuma pessoa permaneça presa ilegalmente.

    O Que é o Habeas Corpus?

    O habeas corpus permite contestar uma detenção ou prisão ilegal. A sua finalidade é garantir que o indivíduo seja imediatamente apresentado perante um juiz.

    Em Portugal, existem duas formas principais de habeas corpus:

    • Habeas corpus por detenção ilegal (artigo 220.º do Código de Processo Penal);
    • Habeas corpus por prisão ilegal (artigo 222.º do Código de Processo Penal).

    Fundamentos para Requerer o Habeas Corpus

    A legislação portuguesa define situações específicas que justificam este pedido:

    1. Habeas Corpus por Detenção Ilegal (Artigo 220.º CPP)

    O pedido é válido quando:

    • O detido não é apresentado ao juiz dentro do prazo legal;
    • A detenção acontece em locais não permitidos por lei;
    • A detenção ocorre por ordem de uma entidade sem competência legal;
    • O motivo da detenção não se enquadra na lei.

    2. Habeas Corpus por Prisão Ilegal (Artigo 222.º CPP)

    O Supremo Tribunal de Justiça concede habeas corpus quando:

    • Uma autoridade sem competência legal ordena a prisão;
    • A razão da prisão não tem suporte legal;
    • A prisão ultrapassa os prazos legais ou judiciais.

    Quem Pode Requerer o Habeas Corpus?

    O detido pode apresentar o pedido. Além disso, qualquer cidadão no gozo dos seus direitos políticos também pode requerer a providência.

    Se uma autoridade impedir o envio do pedido ao juiz, poderá ser responsabilizada penalmente.

    Como Funciona o Procedimento do Habeas Corpus?

    1. Envio do Pedido: O requerente apresenta o pedido ao juiz de instrução criminal ou ao Supremo Tribunal de Justiça;
    2. Análise Preliminar: O juiz verifica se o pedido é manifestamente infundado;
    3. Apresentação do Detido: Se houver fundamento, a apresentação do detido é ordenada de imediato;
    4. Audiência e Decisão: O juiz ouve o Ministério Público e o defensor do detido antes de decidir;
    5. Sanção ao Requerente: Caso o pedido seja considerado infundado, o requerente poderá pagar entre 6 e 20 unidades de conta.

    Importância do Habeas Corpus no Ordenamento Jurídico

    O habeas corpus protege os cidadãos contra abusos de poder. Este mecanismo fortalece o Estado de Direito e impede a privação ilegal da liberdade.

    Conclusão

    O habeas corpus em Portugal é essencial para salvaguardar os direitos fundamentais. Com base no Código de Processo Penal, este instrumento garante a segurança jurídica e evita detenções arbitrárias.

    Adriano Martins Pinheiro, advogado em Portugal

  • O Inquérito em Portugal: Processo Penal e Advogado de Defesa

    O Inquérito em Portugal: Processo Penal e Advogado de Defesa

    Inquérito em Portugal

    O inquérito em Portugal é a fase inicial do processo penal, destinada a investigar a ocorrência de um crime, identificar os seus autores e reunir provas para a decisão sobre a acusação. De acordo com o Código de Processo Penal (CPP), o inquérito é composto por diligências que visam apurar a responsabilidade dos suspeitos e recolher elementos probatórios.

    Nos termos do CPP, a direção do inquérito cabe ao Ministério Público (MP), que atua com o apoio dos órgãos de polícia criminal, como a Polícia de Segurança Pública (PSP), Guarda Nacional Republicana (GNR) e Polícia Judiciária (PJ).


    Procedimentos Práticos do Inquérito

    O inquérito em Portugal pode ser instaurado de três formas principais:

    • Por denúncia: Qualquer pessoa pode apresentar uma denúncia de crime junto das autoridades policiais ou diretamente ao Ministério Público.
    • Por auto de notícia: Quando os órgãos de polícia criminal tomam conhecimento de um crime no exercício das suas funções.
    • Por iniciativa do Ministério Público: Caso este tenha conhecimento de factos que justifiquem a abertura da investigação.

    O Ministério Público supervisiona a atuação das polícias e pode delegar a realização de diligências, como interrogatórios e apreensão de provas.


    A Importância da Atuação do Advogado de Defesa

    O advogado de defesa tem um papel essencial na fase de inquérito, garantindo que os direitos do arguido sejam respeitados. Entre suas principais funções, destacam-se:

    1. Consulta do Inquérito

    O advogado pode consultar os autos do inquérito, exceto quando este estiver em segredo de justiça. O acesso ao processo permite avaliar as provas reunidas e preparar a melhor estratégia de defesa.

    2. Análise de Provas e Legalidade

    A defesa deve verificar se todas as provas foram obtidas de forma legal. Caso haja provas ilícitas, como escutas telefônicas irregulares ou confissões forçadas, o advogado pode impugná-las.

    3. Produção de Provas e Alegações de Defesa

    Além da análise das provas já recolhidas, a defesa pode requerer:

    • Audição de testemunhas favoráveis ao arguido.
    • Pedidos de perícias (exames médicos, balísticos, etc.).
    • Apresentação de documentos que favoreçam a versão do arguido.

    Se a defesa entender que o inquérito não reuniu provas suficientes, pode pedir o arquivamento do processo.


    Prerrogativas do Advogado no Processo Penal

    O advogado tem direitos e garantias fundamentais para atuar no inquérito policial e no processo penal. Entre as principais prerrogativas, destacam-se:

    • Direito de acesso aos autos do inquérito, salvo se houver segredo de justiça.
    • Direito de comunicação com o cliente (mesmo se ele estiver detido).
    • Direito de apresentar requerimentos ao Ministério Público e ao juiz.
    • Imunidade profissional, garantindo que não pode ser responsabilizado por declarações feitas no exercício da defesa.

    A violação de qualquer prerrogativa pode resultar na nulidade do ato processual e comprometer a legalidade da investigação.


    Conclusão

    O inquérito em Portugal é uma etapa essencial do processo penal, sendo conduzido pelo Ministério Público com o apoio das polícias. O advogado de defesa desempenha um papel fundamental, garantindo que os direitos do arguido sejam respeitados, analisando as provas e exercendo as suas prerrogativas para uma defesa justa.

    Se precisar de assistência jurídica em um inquérito policial, contate um advogado especializado para garantir a melhor defesa dos seus direitos.

    Adriano Martins Pinheiro, advogado em Portugal

  • Como casar-se em Portugal: Guia Completo

    Como casar-se em Portugal: Guia Completo

    Se pretende casar-se em Portugal, é essencial conhecer os procedimentos legais e administrativos para garantir que tudo decorra sem complicações. Neste guia, explicamos passo a passo o processo de casamento, desde a documentação necessária até à celebração.

    1. Modalidades de Casamento em Portugal

    Os noivos devem escolher entre as seguintes modalidades de casamento:

    • Casamento civil: realizado numa Conservatória do Registo Civil ou noutro local autorizado.
    • Casamento católico: celebrado segundo as normas da Igreja Católica, com posterior registo no Registo Civil.
    • Casamento civil sob forma religiosa: celebrado por outras confissões religiosas reconhecidas pelo Estado Português.

    2. Quem Pode Iniciar o Processo

    O processo de casamento pode ser iniciado:

    • Pelos próprios noivos;
    • Por um procurador legalmente constituído, que pode ser um advogado.

    3. Como Iniciar o Processo

    O primeiro passo é apresentar a declaração de intenção de casar na Conservatória do Registo Civil. Nesta fase, os noivos devem fornecer as seguintes informações:

    • Modalidade do casamento (civil, católico ou civil sob forma religiosa);
    • Local onde desejam casar;
    • Regime de bens;
    • Data e hora pretendidas para a cerimónia.

    4. Documentos Necessários

    Os noivos devem apresentar:

    • Documentos de identificação (Cartão de Cidadão ou Passaporte);
    • Autorização de Residência (para estrangeiros);
    • Certidão de nascimento (para estrangeiros, se exigido);
    • Certidão da convenção antenupcial, se aplicável.

    Se um dos noivos for representado por procurador, a procuração deve:

    • Ser documento autenticado;
    • Conter poderes específicos para o ato;
    • Indicar a identidade do nubente e o regime de bens;
    • Identificar a modalidade do casamento.

    5. Prazos e Possibilidade de Oposição

    • O casamento deve ser realizado no prazo máximo de 6 meses após a autorização do processo.
    • Durante esse tempo, qualquer pessoa pode apresentar oposição, alegando impedimentos legais.
    • Caso a oposição seja aceite, os noivos serão notificados e poderão recorrer da decisão.

    6. Taxa do IRN

    • A taxa é de 120€.
    • Poderá haver custos adicionais, dependendo de fatores como:
      • Celebração ao fim de semana ou feriado;
      • Escolha de local fora da Conservatória;
      • Celebração com regime de bens especial.

    7. Impedimentos Legais para o Casamento

    Não podem casar-se em Portugal as pessoas que:

    • Tenham menos de 16 anos;
    • Tenham entre 16 e 18 anos sem autorização dos pais ou tutor;
    • Sejam incapazes por razões de saúde mental;
    • Estejam casadas com outra pessoa;
    • Sejam parentes em linha reta ou irmãos;
    • Sejam tio(a) e sobrinho(a);
    • Tenham afinidade em linha reta (ex: padrasto e enteada);
    • Tenham relação de tutela, acompanhamento de maior ou administração de bens;
    • Tenham sido condenadas por homicídio doloso do cônjuge de um dos noivos.

    8. Conclusão

    Casar-se em Portugal é um processo simples, desde que cumpra todos os requisitos legais. É aconselhável que o processo seja iniciado com pelo menos um mês de antecedência. Se necessitar de representação legal, pode constituir um advogado para tratar do processo por si.

    Para garantir que tudo corre conforme esperado, consulte sempre um advogado especializado.

    Adriano Martins Pinheiro, advogado em Portugal

  • Certificado do Registo Criminal Portugal – Peça o Seu Agora

    Certificado do Registo Criminal Portugal – Peça o Seu Agora

    O que é o Certificado do Registo Criminal de Portugal?

    O Certificado do Registo Criminal de Portugal é um documento oficial que comprova a existência ou inexistência de antecedentes criminais de uma pessoa ou empresa. Pode ser exigido para fins profissionais, administrativos ou judiciais, tanto em Portugal como no estrangeiro.

    Para que serve o Certificado Criminal?

    Este documento pode ser utilizado para:

    ✔️ Conhecimento próprio
    ✔️ Apresentação a entidades públicas ou privadas
    ✔️ Cumprimento de exigências legais em Portugal ou no estrangeiro

    Quem pode solicitar o Registo Criminal?

    Pessoas singulares: Qualquer cidadão com mais de 16 anos pode pedir o seu próprio certificado.
    Terceiros: Maiores de 18 anos podem solicitar o registo criminal de outra pessoa, mediante autorização expressa.
    Empresas e entidades coletivas: O pedido deve ser feito pelo representante legal.

    Nota: Nosso escritório disponibiliza um modelo de declaração de autorização para facilitar o processo. Obviamente, o cliente precisará informar seus dados para que possamos elaborar a declaração.

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    Que informações constam no Certificado de Registo Criminal?

    O documento pode conter:

    📌 Condenações criminais registadas nos tribunais portugueses ou estrangeiros, conforme tratados internacionais.
    📌 Decisões judiciais aplicáveis a empresas ou cidadãos.
    📌 Para cidadãos da União Europeia, condenações no país de nacionalidade.

    Requisitos para Solicitação

    Para solicitar o seu Certificado do Registo Criminal em Portugal, será necessário fornecer:

    📌 Finalidade do certificado (exemplo: trabalho, imigração, adoção, entre outros – e se o trabalho envolver menores de idade).
    📌 Cópia do documento de identificação válido (Cartão de Cidadão, Passaporte ou Autorização de Residência).

    Apostila e Tradução do Certificado do Registo Criminal Portugal

    Em alguns casos, o Certificado do Registo Criminal Portugal precisa ser apostilado (Apostila de Haia) ou traduzido para uso internacional.

    📌 Apostila de Haia: Confere validade ao documento em países signatários da Convenção da Haia.
    📌 Tradução certificada: Necessária para apresentação a entidades estrangeiras.

    ✔️ Nosso escritório realiza ambos os serviços  (apostilamento e tradução certificada) e pode entregar o documento pronto para uso no exterior.

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    Prestamos um serviço especializado na emissão do Certificado do Registo Criminal Portugal e, se necessário, realizamos a apostila de Haia e a tradução certificada.

    📌 Como receber o seu Certificado?

    ✔️ Envio por e-mail: Receba o documento em formato PDF.
    ✔️ Envio por correio: Se necessário, podemos apostilar e traduzir o certificado e enviá-lo para o seu endereço.

    📌 Como fazer o pedido?

    1️⃣ Entre em contacto conosco.
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    Apostila de Haia em Portugal

  • O que é a Apostila de Haia? Tudo o que precisa saber para validar documentos no exterior

    O que é a Apostila de Haia? Tudo o que precisa saber para validar documentos no exterior

    Se pretende utilizar um documento público fora de Portugal, é essencial compreender o que é a Apostila de Haia e como funciona o seu processo. Este selo de validação internacional é indispensável para que documentos portugueses tenham validade em outros países signatários da Convenção de Haia.

    O que é a Apostila de Haia?

    A Apostila de Haia é um certificado que autentica a origem de um documento público, permitindo que ele seja reconhecido em qualquer um dos países signatários da Convenção de Haia. Sem esta validação, um documento pode necessitar de legalização consular, um processo mais burocrático e demorado.

    Exemplo prático: apostilamento de certidões e certificados

    Se precisar apresentar uma certidão de nascimento, casamento ou óbito em outro país, é necessário apostilar o documento para que ele tenha validade no exterior. O mesmo se aplica ao certificado de registo criminal, frequentemente exigido para processos de imigração ou trabalho internacional.

    Como funciona o serviço de apostilamento?

    Nosso escritório é especializado nesse serviço. Portanto, fazemos:

    • Emissão do documento original;
    • Apostilamento conforme as regras da Convenção de Haia;
    • Envio do documento apostilado via correio para o país de destino;
    • Envio de uma cópia digital em PDF por e-mail.

    Esta solução é altamente conveniente para quem não pode deslocar-se pessoalmente para tratar do processo.

    Documentos mais comuns para apostilamento

    Entre os documentos mais solicitados para apostilamento estão:

    • Certidão de nascimento;
    • Certidão de casamento;
    • Certidão de óbito;
    • Certificado de registo criminal;
    • Certidão de sentença de divórcio;
    • Documentos traduzidos (se possuir certificação);
    • Documento autenticado por advogado (cópia ou assinatura autenticada).

    É comum o apostilamento de documentos traduzidos, sendo que, em Portugal, o advogado pode traduzir e certificar traduções e, posteriormente, apostilar o documento traduzido. Além disso, o advogado pode autenticar cópias de documentos e assinaturas e depois levar ao apostilamento.

    Cada um destes documentos pode ser exigido por diferentes instituições internacionais, seja para processos de imigração, casamento no exterior, aquisição de cidadania ou outras finalidades legais.

    Preferência no atendimento para advogados

    De acordo com a legislação portuguesa, advogados têm prerrogativa de preferência no atendimento para emissão e apostilamento de documentos. Os departamentos do governo português que realizam esse serviço devem cumprir a lei e garantir esse direito aos profissionais da área jurídica.

    Apostilamento de diplomas e históricos escolares: um desafio regional

    O apostilamento de diplomas e históricos escolares apresenta um desafio específico. A autenticação deve ser feita na mesma região onde a instituição de ensino emitiu o documento. Por isso, quem precisa apostilar um diploma deve verificar onde se encontra o cartório ou entidade competente para realizar esse procedimento.

    Conclusão

    O apostilamento é um passo fundamental para garantir a validade de documentos no exterior de forma rápida e segura. Seja para fins de cidadania, trabalho ou estudos, contar com um serviço especializado pode fazer toda a diferença no processo. Certifique-se de que seus documentos estejam devidamente apostilados para evitar transtornos e atrasos.

    Adriano Martins Pinheiro é advogado inscrito na Ordem dos Advogados Portugueses (OA) e tem escritório com sede em Portugal.

    Apostila de Haia em Portugal

  • O Enquadramento Legal do Auxílio à Imigração Ilegal em Portugal

    O Enquadramento Legal do Auxílio à Imigração Ilegal em Portugal

    O auxílio à imigração ilegal é um fenômeno que tem sido objeto de crescente atenção pelas autoridades portuguesas. A Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, estabelece um regime jurídico rigoroso para punir aqueles que favorecem ou facilitam a entrada, permanência ou trânsito de cidadãos estrangeiros em situação irregular no território nacional.

    Auxílio à Imigração Ilegal

    Nos termos do artigo 183.º, qualquer pessoa que favoreça ou facilite a entrada ou trânsito ilegal de um cidadão estrangeiro em Portugal está sujeita a uma pena de prisão de até três anos. A punição torna-se mais severa se houver intenção lucrativa, podendo o agente ser condenado a uma pena de prisão de um a cinco anos.

    Essa tipificação visa coibir práticas que envolvem a facilitação da imigração irregular, muitas vezes associadas a exploração laboral e outros crimes conexos.

    Associação para o Auxílio à Imigração Ilegal

    O artigo 184.º da mesma lei agrava as penas para aqueles que organizam ou participam de grupos com a finalidade de promover a imigração ilegal. Assim, quem fundar ou promover uma organização criminosa dedicada a essa prática pode ser punido com pena de prisão de um a seis anos.

    A legislação também pune aqueles que participam ou auxiliam essas organizações, aplicando a mesma pena de um a seis anos de prisão. Para os chefes ou dirigentes dessas redes criminosas, a punição é ainda mais grave, podendo variar entre dois e oito anos de prisão.

    Conclusão

    A legislação portuguesa estabelece medidas rigorosas para coibir a imigração ilegal, punindo tanto os indivíduos que facilitam a entrada e permanência irregular de estrangeiros quanto aqueles que se organizam para promover tais práticas. Dessa forma, o ordenamento jurídico busca proteger a soberania do Estado, bem como evitar situações de exploração e vulnerabilidade dos imigrantes.

    Legislação sobre auxílio à imigração ilegal (Lei n.º 23/2007, de 4 de julho)

    Artigo 183.º
    Auxílio à imigração ilegal
    1 – Quem favorecer ou facilitar, por qualquer forma, a entrada ou o trânsito ilegais de cidadão estrangeiro em território nacional é punido com pena de prisão até três anos.
    2 – Quem favorecer ou facilitar, por qualquer forma, a entrada, a permanência ou o trânsito ilegais de cidadão estrangeiro em território nacional, com intenção lucrativa, é punido com pena de prisão de um a cinco anos.
    3 – Se os factos forem praticados mediante transporte ou manutenção do cidadão estrangeiro em condições desumanas ou degradantes ou pondo em perigo a sua vida ou causando-lhe ofensa grave à integridade física ou a morte, o agente é punido com pena de prisão de dois a oito anos.
    4 – A tentativa é punível.
    5 – As penas aplicáveis às entidades referidas no n.º 1 do artigo 182.º são as de multa, cujos limites mínimo e máximo são elevados ao dobro, ou de interdição do exercício da atividade de um a cinco anos.

    Artigo 184.º
    Associação de auxílio à imigração ilegal
    1 – Quem promover ou fundar grupo, organização ou associação cuja finalidade ou atividade seja dirigida à prática dos crimes previstos no artigo anterior é punido com pena de prisão de um a seis anos.
    2 – Incorre na mesma pena quem fizer arte de tais grupos, organizações ou associações, bem como quem os apoiar ou prestar auxílio para que se recrutem novos elementos.
    3 – Quem chefiar ou dirigir os grupos, organizações ou associações mencionados nos números anteriores é punido com pena de prisão de dois a oito anos.
    4 – A tentativa é punível.
    5 – As penas aplicáveis às entidades referidas no n.º 1 do artigo 182.º são as de multa, cujos limites mínimo e máximo são elevados ao dobro, ou de interdição do exercício da atividade de um a cinco anos.

    Artigo 185.º
    Angariação de mão-de-obra ilegal
    1 – Quem, com intenção lucrativa, para si ou para terceiro, aliciar ou angariar com o objetivo de introduzir no mercado de trabalho cidadãos estrangeiros que não sejam titulares de autorização de residência ou visto que habilite ao exercício de uma atividade profissional é punido com pena de prisão de um a cinco anos.
    2 – Quem, de forma reiterada, praticar os atos previstos no número anterior, é punido com pena de prisão de dois a seis anos.
    3 – A tentativa é punível.

    Artigo 185.º-A
    Utilização da atividade de cidadão estrangeiro em situação ilegal
    1 – Quem, de forma habitual, utilizar o trabalho de cidadãos estrangeiros que não sejam titulares de autorização de residência ou visto que habilite a que permaneçam legalmente em Portugal, é punido com pena de prisão até um ano ou com pena de multa até 240 dias.
    2 – Quem, nos casos a que se refere o número anterior, utilizar, em simultâneo, a atividade de um número significativo de cidadãos estrangeiros em situação ilegal, é punido com pena de prisão até dois anos ou pena de multa até 480 dias.
    3 – Quem utilizar o trabalho de cidadão estrangeiro, menor de idade, em situação ilegal, ainda que admitido a prestar trabalho nos termos do Código do Trabalho, é punido com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa até 480 dias.
    4 – Se as condutas referidas nos números anteriores forem acompanhadas de condições de trabalho particularmente abusivas ou degradantes, o agente é punido com pena de prisão de um a cinco anos, se pena mais grave não couber por força de outra disposição legal.
    5 – O empregador ou utilizador do trabalho ou serviços de cidadão estrangeiro em situação ilegal, com o conhecimento de ser este vítima de infrações penais ligadas ao tráfico de pessoas, é punido com pena de prisão de dois a seis anos, se pena mais grave não couber por força de outra disposição legal.
    6 – Em caso de reincidência, os limites das penas são elevados nos termos gerais.
    7 – As penas aplicáveis às entidades referidas no n.º 1 do artigo 182.º são as de multa, cujos limites mínimo e máximo são elevados ao dobro, podendo ainda ser declarada a interdição do exercício da atividade pelo período de três meses a cinco anos.

    Autor do texto: Adriano Martins Pinheiro, advogado em Portugal

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  • Julgados de Paz em Portugal: O Que São, Como Funcionam e Quais Conflitos Resolvem

    Julgados de Paz em Portugal: O Que São, Como Funcionam e Quais Conflitos Resolvem

    Descubra como os Julgados de Paz em Portugal oferecem uma alternativa rápida, económica e eficiente para resolver litígios cíveis, incluindo brigas de vizinhos, difamação, injúria e calúnia. Saiba tudo sobre custos, tramitação e vantagens!


    O que são os Julgados de Paz?

    Os Julgados de Paz são tribunais especializados, criados para resolver litígios cíveis cujo valor não ultrapasse 15.000 euros. Eles oferecem uma alternativa prática e menos burocrática em relação aos tribunais judiciais.

    Estes tribunais têm como principal objetivo resolver disputas de forma amigável, incentivando métodos como a mediação e a conciliação. A tramitação é simples e acessível, permitindo que qualquer cidadão recorra a eles para resolver conflitos rapidamente.


    Que tipos de litígios podem ser resolvidos?

    Os Julgados de Paz abrangem diversos tipos de conflitos cíveis, tais como:

    1. Brigas de vizinhos

    • Disputas sobre o escoamento de águas ou passagem forçada.
    • Questões relacionadas com a abertura de janelas, varandas ou portas.
    • Conflitos por ruídos, árvores ou mau uso de espaços comuns.

    2. Casos de difamação, injúria e calúnia

    • Litígios cíveis decorrentes de injúrias verbais, difamação ou calúnia, desde que não estejam associados a processos-crime em curso ou após desistência da queixa-crime.

    3. Condomínios

    • Pagamento de quotas ou encargos.
    • Disputas relacionadas à manutenção de espaços comuns, como elevadores ou obras no edifício.

    4. Arrendamento urbano

    • Questões ligadas ao pagamento de rendas ou outras obrigações contratuais.
    • Exceto ações de despejo.

    5. Indemnizações e responsabilidade civil

    • Pedidos de indemnização por acidentes de viação.
    • Danos causados por animais, objetos ou negligência.

    6. Outros litígios cíveis

    • Questões de usucapião, acessão ou divisão de coisa comum.
    • Resolução de contratos e cumprimento de obrigações.

    Como funciona o processo nos Julgados de Paz?

    Mediação e Conciliação

    • Assim que o processo é aberto, o juiz de paz propõe às partes a mediação, que é voluntária e tem como objetivo resolver o conflito de forma amigável.
    • Caso a mediação não resulte num acordo, o processo segue para conciliação ou julgamento, onde o juiz de paz profere a sentença.

    Sentenças e Recursos

    • As decisões têm força de sentença.
    • Litígios cujo valor seja igual ou superior a € 2.500,01 podem ser objeto de recurso para o tribunal de comarca correspondente.

    Vantagens dos Julgados de Paz

    1. Simplicidade: Processo menos burocrático e mais acessível.
    2. Celeridade: Resolução rápida de litígios.
    3. Custos reduzidos: Taxas acessíveis e possibilidade de apoio judiciário.
    4. Resolução amigável: Mediação e conciliação promovem o entendimento entre as partes.
    5. Flexibilidade: Horários adaptados às necessidades locais.

    Conclusão

    Os Julgados de Paz são uma solução eficiente, acessível e económica para resolver litígios cíveis em Portugal. Desde brigas de vizinhos até casos de difamação, injúria e calúnia, estes tribunais proporcionam um ambiente amigável para a resolução de conflitos, promovendo o diálogo e a rapidez no processo.

    Contactos do Julgado de Paz de Portugal (clique aqui).

    Adriano Martins Pinheiro, advogado em Portugal

  • Regulamento Geral do Ruído e conflito entre vizinhos

    Regulamento Geral do Ruído e conflito entre vizinhos

    Análise do Regulamento Geral do Ruído (Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro) e vizinhança.

    Do que se trata a lei

    O Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de janeiro, conhecido como Regulamento Geral do Ruído (RGR), estabelece normas destinadas à prevenção e controlo da poluição sonora em Portugal. O seu objetivo é proteger a saúde humana e o bem-estar das populações, bem como assegurar a qualidade ambiental, através da regulação dos níveis de ruído admissíveis em diferentes espaços e situações.

    Os limites do ruído em uma área residencial

    O regulamento define limites claros para o ruído ambiente em função do período do dia e da classificação da zona. Em áreas residenciais, os níveis máximos admissíveis de ruído são os seguintes:

    Período diurno (das 07h00 às 22h00): 55 dB(A);

    Período noturno (das 22h00 às 07h00): 45 dB(A).

    Esses limites visam garantir a tranquilidade dos moradores e prevenir problemas de saúde, como stress e distúrbios do sono.

    Ruídos gerados por vizinhos de apartamentos

    Uma das situações mais comuns de conflito em áreas residenciais envolve ruídos provenientes de vizinhos em edifícios multifamiliares. Atividades como crianças brincando, conversas ou mesmo passos podem ser percebidas de forma diferente por vizinhos, dependendo do grau de isolamento acústico do edifício e da sensibilidade individual.

    No entanto, o Regulamento Geral do Ruído não proíbe ruídos inerentes à vida quotidiana, como os provocados por crianças ou convivência familiar. Tais ruídos são considerados normais, desde que não ultrapassem os limites legais estabelecidos. Conflitos frequentemente surgem quando vizinhos demonstram comportamentos anti-sociais, intolerância ou sensibilidade exacerbada. Sobre este assunto a Agência Portuguesa do Ambiente diz em seu seu website que “o ruído de vizinhança é uma fonte de ruído não sujeita a requisitos acústicos estabelecidos legalmente”.

    O método de medição do ruído e a produção de prova

    A medição do ruído é um elemento essencial para determinar se os níveis estabelecidos pelo Regulamento Geral do Ruído estão a ser cumpridos. O procedimento deve ser realizado por entidades competentes e baseia-se em normas técnicas, como as previstas pela norma NP ISO 1996-1. Os principais aspetos do método incluem:

    Equipamento de medição: Utilização de sonómetros devidamente calibrados;

    Local de medição: A medição deve ser feita no ponto de receção afetado, como habitações ou locais sensíveis;

    Período de medição: Realização em períodos representativos (diurno ou noturno), respeitando o contexto do ruído denunciado.

    Os relatórios técnicos emitidos pelas medições constituem prova essencial em processos administrativos ou judiciais. Em casos de conflitos entre vizinhos, a medição adequada pode determinar se os ruídos excedem os limites legais ou se se tratam de situações normais de convivência.

    Queixas indevidas e o código penal

    Há casos em que vizinhos fazem queixas reiteradas sobre ruídos comuns à vida familiar, utilizando estas reclamações como forma de importunar ou criar tensão no ambiente residencial. De acordo com o Código Penal Português, em situações de abuso de direito ou uso inadequado de mecanismos legais, pode ser caracterizado o crime de denúncia caluniosa (artigo 365.º). Esse crime ocorre quando alguém, com intenção dolosa, acusa outra pessoa de um ato inexistente, causando-lhe prejuízo injustificado.

    Além disso, o artigo 181.º do Código Penal tipifica a injúria, que pode ser aplicada em casos onde vizinhos utilizam queixas ou comportamentos para ofender a dignidade ou o bom nome de outro morador.

    Conclusão

    O Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de janeiro, oferece um quadro regulatório essencial para garantir a convivência harmoniosa em áreas residenciais, equilibrando direitos e deveres de todos os cidadãos. Embora a lei estabeleça limites claros para o ruído, é igualmente importante considerar a razoabilidade e o bom senso nas relações de vizinhança. Ruídos decorrentes da vida quotidiana não devem ser confundidos com perturbações reais, cabendo às partes envolvidas buscar soluções amigáveis sempre que possível. Em casos de conflito, o recurso à mediação ou à intervenção legal deve ser utilizado de forma equilibrada e responsável, evitando-se abusos ou injustiças.

    Adriano Martins Pinheiro, advogado em Portugal

     

  • Visto Temporário V (VITEM V) para Trabalho ou Prestação de Serviços no Brasil

    A Lei nº 13.445/2017 regula a emissão do Visto Temporário V (VITEM V) para trabalho ou prestação de serviços no Brasil. Este visto destina-se a estrangeiros que pretendem atuar em território brasileiro mediante autorização prévia emitida pelo Ministério do Trabalho e Previdência.

    Procedimento para Solicitação

    A solicitação do VITEM V deve ser iniciada por meio de um processo administrativo junto ao Ministério do Trabalho e Previdência no Brasil. Somente após a aprovação da autorização de residência prévia e a emissão do parecer favorável do Ministério das Relações Exteriores, o requerente poderá apresentar o pedido de visto na Repartição Consular correspondente.

    Preenchimento do Protocolo Web

    O solicitante deve preencher o Protocolo Web (Online Application Form) e imprimir o Recibo de Entrega (RER). As instruções detalhadas estão disponíveis nas abas “Orientações de Preenchimento” e “Enviar Arquivos” do formulário eletrônico. Informações como resoluções mínimas para fotografias e assinaturas devem ser observadas.

    Importante: O envio de arquivos biométricos e biográficos pelo formulário online não substitui a apresentação física dos documentos na Repartição Consular para verificação e conferência.

    Documentação Necessária

    1. Formulário Web de Pedido de Visto: Devidamente preenchido e assinado pelo viajante ou pelo responsável legal (em caso de menores de 18 anos).
    2. Passaporte Válido: Com validade mínima de seis meses e pelo menos uma página em branco.
    3. Documento de Identificação: Certidão de nascimento com Apostila de Haia.
    4. Fotografia Recente: Tipo passe, de frente, fundo claro.
    5. Registro Criminal: Atestado de antecedentes criminais para maiores de 18 anos, com Apostila de Haia.
    6. Atestado de Vacinação: Contra febre amarela.

    Dependentes: Visto Temporário XI – Reunião Familiar (VITEM XI)

    Dependentes devem solicitar o VITEM XI – Reunião Familiar, apresentando:

    • Certidão de Casamento Apostilada (para cônjuges);
    • Certidão de Nascimento Apostilada (para filhos solteiros menores de 21 anos);
    • Autorização de Viagem: Para menores de 18 anos viajando desacompanhados, reconhecida em notário.

    Situação de Executivos e Gestores (VITEM IX)

    Executivos e representantes legais de empresas estrangeiras podem solicitar o VITEM IX, destinado a administradores, gerentes e diretores com poderes de gestão. Este pedido deve ser feito após autorização prévia de residência emitida pelo Ministério do Trabalho.

    Conclusão

    A obtenção do VITEM V para trabalho ou prestação de serviços no Brasil requer a apresentação de documentação específica e o cumprimento das etapas legais estabelecidas pela legislação brasileira. A preparação cuidadosa dos documentos e a observância dos prazos são essenciais para o êxito na solicitação deste visto.

    Adriano Martins Pinheiro, advogado no Brasil e em Portugal

     

  • Advogados de Imigração em Portugal impactam o Tratamento aos Imigrantes

    Advogados de Imigração em Portugal impactam o Tratamento aos Imigrantes

    Nos últimos anos, o aumento significativo do número de advogados especializados em imigração em Portugal tem sido um marco essencial para a defesa dos direitos dos estrangeiros. Esse fenômeno não apenas beneficiou os imigrantes, mas também trouxe reflexos positivos na aplicação da legislação, na agilidade dos processos e na conscientização das instituições públicas envolvidas.

    Um Contexto Desafiador para os Imigrantes

    Em regra, os órgãos públicos em Portugal têm enfrentado dificuldades para atender adequadamente os imigrantes. Seja por desconhecimento da lei, negligência dos responsáveis pelo atendimento ou falta de reinvestimento em recursos humanos e tecnológicos.

    A Atuação dos Advogados de Imigração

    Os advogados têm assumido a linha de frente na defesa dos imigrantes, apresentando requerimentos formais, reclamações fundamentadas e, quando necessário, ações judiciais. Essa postura tem promovido uma mudança gradual na maneira como a AIMA e seus funcionários lidam com os casos envolvendo estrangeiros.

    Os requerimentos apresentados pelos advogados, sempre acompanhados de sólida fundamentação legal, têm contribuído para a formação prática dos funcionários e seus superiores hierárquicos. O receio de enfrentar medidas legais, gera uma maior cautela no tratamento dos pedidos, desenvolvendo uma consciência mais clara sobre a importância do cumprimento da legislação.

    A Formação dos Funcionários Através da Prática

    Muitas vezes, os próprios superiores hierárquicos da AIMA aprendem com as petições e recursos apresentados pelos advogados. Esse aprendizado é, posteriormente, repassado aos subalternos, criando um efeito de capacitação indireta. Decisões inicialmente equivocadas, como indeferimentos de pedidos de autorização de residência, são frequentemente revertidas em recursos administrativos ou judiciais, evidenciando a importância do papel do advogado como educador prático do sistema.

    O Papel da Justiça e o Ensino através de Decisões Judiciais

    Infelizmente, muitos casos de desprezo aos pedidos ou interpretações erradas da lei só encontram solução nos tribunais. O Tribunal do Círculo de Lisboa, por exemplo, registra milhares de ações contra a AIMA, a maioria delas movidas por advogados de imigração. As decisões judiciais, que geralmente dão razão aos argumentos apresentados pelos advogados, também desempenham um papel pedagógico, forçando a AIMA a adaptar sua conduta e a melhorar a aplicação da legislação.

    Os Benefícios Diretos para os Imigrantes

    Os imigrantes, frequentemente lesados por funcionários sem formação ou desatualizados, ou mesmo por falta de recursos e estrutura dos órgãos públicos, encontram nos advogados de imigração um apoio indispensável. Esses profissionais garantem que os direitos dos estrangeiros sejam respeitados, atuando como um pilar de justiça e colaboração para melhorar o sistema como um todo.

    Conclusão

    Os advogados de imigração têm sido peças-chave na construção de um sistema mais justo para os imigrantes em Portugal. A sua atuação não apenas corrige injustiças individuais, mas também transforma e educa as instituições públicas, contribuindo para a criação de um ambiente onde os direitos dos estrangeiros são melhor compreendidos e aplicados.

    Adriano Martins Pinheiro, advogado em Portugal, formador e escritor

    advogados de imigração em Portugal